Órgãos de Pascoal Caetano Oldovino

Em 4 de Janeiro de 1742, o eborense D. Frei José Maria da Fonseca e Évora, Ex-geral dos Frades Menores em Roma e assistente ao Sólio Pontifício, recém nomeado bispo do Porto, contrata em Lisboa o organeiro genovês D. Pascoal Caetano Oldovino para fazer um órgão novo para a igreja de S. Francisco.
Com o sucesso deste primeiro instrumento, surgem outras encomendas, que o levam a estabelecer-se definitivamente em Évora, comprar residência e montar oficina. Casa-se em Setembro de 1762, na ermida de Nossa Senhora ao pé da Cruz, com Laureana Rosa Lizarda, originária de Palmela, de quem não teve filhos, e integra-se plenamente na vida social e religiosa eborense até à sua morte em 25 de Abril de 1785.
Dos mais de trinta órgãos que construiu para todo o Alentejo, e a que imprimiu um cunho especial de qualidade hoje reconhecível, deixou mais dois na igreja de São Francisco. Um, de armário, de 1756, para o coro de cima (antiga Tribuna Real), disperso após a extinção dos conventos, está presentemente restaurado na Suiça. Em sua substituição existe agora outro do mesmo tipo, feito para o Convento do Salvador em 1751, com uma caixa de grande efeito decorativo. Outro mais pequeno, um realejo datado de 1762, era o seu instrumento pessoal.
Oldovino manteve sempre uma ligação muito estreita com a igreja de São Francisco: professou em 1745 na Ordem Terceira, pertenceu às Irmandades de Nossa Senhora da Conceição (extinta em 1779) e à de Santo António, à qual legou o seu realejo e em cuja capela foi sepultado.
Artur Goulart
Historiador